Litoral sul de São Paulo recebe Programa Surfe Sustentável
Por Bruno Pinheiro (Ecosurfi)
Surfistas de Iguape e Ilha Comprida participaram, na tarde do dia 4 de setembro, do Seminário Surfe nas Ondas da Sustentabilidade. Foi o segundo evento do Programa Surfe Sustentável, que está rodando o litoral paulista coletando impressões e perspectivas do surfistas a respeito da responsabilidade da comunidade surfe, e de cada um de seus segmentos e integrantes, no contexto de mudanças ambientais globais.
O seminário aconteceu na base da ONG SOS Mata Atlântica, parceira da atividade por meio do projeto "A Mata Atlântica é aqui - caravana intinerante do cidadão atuante". Participaram cerca de 15 pessoas que, altamente interessadas e participativas, delinearam uma rica conversa na qual o desejo de desenvolver o surfe na região se expressava a todo o instante.
O professor da Escolinha de Surfe de Ilha Comprida, Maurício Pelé, é uma das pessoas engajadas e comprometidas com esta questão e, na apresentação dos sonhos e responsabilidades que o grupo do qual participava assumia para cuidar do planeta, a partir daquele instante, disse: "O surfe envolve a nossa vida completamente e nos aproxima da natureza. Por meio do surfe os jovens podem tanto buscar uma carreria profissional como aprender coisas importantes na relação com o meio ambiente".
Assim, Pelé acredita que relacionar os processos de educação ambiental com a dinâmica das escolinhas de surfe pode contribuir para a formação de cidadãos responsáveis com a transformação de comportamento e perspectiva que o contexto planetário demanda.
Com a realização de uma atividade em Ubatuba, no extremo norte do litoral paulista, e depois outra em Iguape, na região mais ao sul, as diferenças locais ficaram altamente explicitadas. No litoral norte existe uma comunidade e uma cultura surfe consolidada, que tem influência política e econômica nos municípios. Já no litoral sul, principalmente na região de Iguape, o surfe ainda não tem tantos praticantes, o que obriga seus adeptos a buscarem constantemente legitimidade e reconhecimento enquanto segmento social.
"É possível aprender como transformar uma comunidade já consolidade e, ao mesmo tempo, como alavancar outra em coerência com a sustentabilidade", comentou Jairo Adrian, um dos facilitadores do Programa Surfe Sustentável. Este olhar, somado às diferenças culturais que podemos encontrar em cada lugar deste planeta, consolida a capacidade dos oceanos e das ondas em conectar tanta diversidade.
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